A Carta de Ottawa e a medicina grega antiga: breve reflexão sobre dois momentos históricos e a mudança nos paradigmas de definição de saúde

Autores/as

  • Milton Morales Filho IAMSPE - Instituto de Assistência Médica do Servido Público Estadual
  • Cidia Vasconcellos IAMSPE - Instituto de Assistência Médica do Servido Público Estadual
  • André Mota FMUSP-Museu Histórico

DOI:

https://doi.org/10.37467/gka-revmedica.v4.846

Palabras clave:

História da medicina, Antropología médica, Imagem corporal, Corpo humano

Resumen

A partir da “Carta de Ottawa”, de 1986, a promoção da saúde passou a ser vista não apenas como uma responsabilidade exclusiva do setor da Saúde, indo para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. A ideia de um equilíbrio dinâmico entre saúde e doença teve início histórico no Ocidente em torno do séc. V a.C., quando a Filosofia da Natureza e a Medicina começaram a se integrar. A natureza humana física, nas investigações pré-socráticas, estava ligada ao conceito de “physis”. As doenças também obedeciam aos mesmos princípios que davam o sentido da totalidade do “kósmos”. A integração do homem ao “kósmos” se deu por meio de seus elementos constitutivos, para que, fossem projetados os mesmos conceitos sobre sua natureza espiritual. Essa teoria está presente no “Corpus hippocraticum”, na questão da saúde como equilíbrio. 

Biografía del autor/a

Milton Morales Filho, IAMSPE - Instituto de Assistência Médica do Servido Público Estadual

Médico formado pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (UNESP), com residência em Medicina Preventiva no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE). Mestre em Ciências da Saúde pelo IAMSPE. Pósgraduado em Acupuntura e Medicina Chinesa pela Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA). Trabalha com promoção da saúde no IAMSPE, no Programa Prevenir. Formado também pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), trabalha como dramaturgo, com obras escritas para adultos e crianças.

Cidia Vasconcellos, IAMSPE - Instituto de Assistência Médica do Servido Público Estadual

Possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP, 1979), residência médica em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (1981), especialização em Saúde Pública pela Universidade São Camilo (1983), mestrado em Medicina (Dermatologia) pela FMUSP (1988), doutorado em Medicina (Patologia) pela FMUSP (1995) e pós-doutorado em medicina (Medicina Preventiva) pela mesma faculdade (1998). Atualmente é conselheira da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo, professora da Universidade Cidade de São Paulo, orientadora e professora de pós-graduação strictu sensu da FMUSP e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do IAMSPE.

André Mota, FMUSP-Museu Histórico

É graduado em História pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP (1994). Desenvolveu seu projeto de doutorado entre 1995-2001, defendendo a tese: Tropeços da medicina bandeirante, São Paulo, 1892-1920. Entre 2006-2008 recebeu uma bolsa de pós-doutoramento Fapesp e desenvolveu seu projeto de pesquisa, intitulado Mudanças corporativas e tecnológicas da medicina no Brasil: o caso paulista em 1930, junto ao Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Atualmente, é coordenador do Museu Histórico da FMUSP. Suas principais áreas de atuação são vinculadas ao estudo histórico da Medicina e da saúde pública em diálogo com suas particularidades paulistas.

Citas

Alsina, J. (2009) A saúde põe a mesa entre os gregos (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Brasil. (2002). Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto Promoção da Saúde. As cartas da promoção da Saúde. Brasília, DF, Brasil: Ministério da Saúde.

Cairus, H. F. (2005). Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença. Rio de Janeiro, Brasil: Fiocruz. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575413753

Carvalho, S. R. (2004). As contradições da promoção à saúde em relação à produção de sujeitos e a mudança social. Ciênc. saúde coletiva [online], 9 (3), pp. 669-678. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232004000300018

Chauí, M. (2002). História da Filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo, Brasil: Cia. das Letras.

Farge, A. (2011). Lugares para a História (Trad. Fernando Scheibe). Belo Horizonte, Brasil: Autêntica.

Jaeger, W. (1995). Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Reale, G. (2009). Pré-socráticos e orfismo. São Paulo, Brasil: Loyola.

Publicado

2015-03-05

Cómo citar

Morales Filho, M., Vasconcellos, C., & Mota, A. (2015). A Carta de Ottawa e a medicina grega antiga: breve reflexão sobre dois momentos históricos e a mudança nos paradigmas de definição de saúde . MEDICA REVIEW. International Medical Humanities Review / Revista Internacional De Humanidades Médicas, 4(2). https://doi.org/10.37467/gka-revmedica.v4.846

Número

Sección

Artículos de investigación