O animal no humano

Autores

  • Michel Mingote Ferreira de Azara UFMG/Université Paris- Sorbonne (Paris IV)

DOI:

https://doi.org/10.37467/gka-revhuman.v2.707

Palavras-chave:

animalidade, devires, literatura brasileira

Resumo

O conto “Meu tio, o Iauretê” (1962), de Guimarães Rosa, problematiza a fronteira entre o homem e o animal, através de uma escrita intensiva, que busca desvelar o animal no humano. Dessa forma, pensar a animalidade em Guima-rães Rosa, significa pensar aquilo que o filósofo francês Gilles Deleuze denominaria “Devir-animal”, conceito presente no texto 1730-Devir- intenso, Devir-animal, Devir-imperceptível..., e que seria da ordem de uma conjugação de um homem com um animal, sendo que nenhum deles se assemelharia ou até mesmo imitaria o outro, ou seja, não seria uma questão de metamorfose, mas de devires, atravessamentos e curto-circuito entre reinos. Nesse sentido, a filosofia de Gilles Deleuze, Jaques Derrida e Georges Bataille servirão como escopo básico para que se reflita sobre a questão do eu e do outro, do homem e do animal, da identidade e da diferença. A problematização dessa questão, através da literatura, visa demonstrar como se dá, na narrativa literária, na linguagem, o questionamento do antropocentrismo, nas palavras de Derrida os “próprios do homem”, o que acarretaria na subsunção da potência da vida, pura, imanente.

Biografia do Autor

Michel Mingote Ferreira de Azara, UFMG/Université Paris- Sorbonne (Paris IV)

Sou Doutorando em literatura comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais. Possuo graduação em Letras pela Ufmg (2007) e mestrado em teoria da literatura, literatura e outros sistemas semióticos, também pela Ufmg (2010). Pesquiso, dentre outros temas, as relações entre literatura, cinema, artes plásticas e fotografia, além da questão do espaço urbano, das deambulações e flâneries. Minha Tese de doutorado reflete acerca da apreensão das paisagens urbanas, através do olhar dos personagens, mas também tenho escrito e pesquisado sobre a questão da animalidade, tanto na literatura quanto no cinema.

Referências

Bataille, Georges (1993). “A Animalidade”. In: Teoria da religião . Trad. Sérgio Góes de Paula e Viviane de lamare. São Paulo: Ática.

Campos, Haroldo de (2006). “A linguagem do iauretê”. In: Metalinguagem e outras metas: ensaios de teoria e crítica literária . São Paulo: Perspectiva.

Deleuze, Gilles (1992). O que é a filosofia? Trad. Bento Prado Jr e Alberto Alonso Muñoz. São Paulo: Editora 34.

Deleuze, Gilles (1995). 1730-Devir-intenso, Devir-animal, Devir-imperceptível. In: Mil platôs , capitalismo e esquizofrenia , vol. 4, Rio de janeiro: editora 34.

Deleuze, Gilles (1995). A imanência: uma vida . Trad. Alberto Pucheu e Caio Meira. Disponível em: http://www.letras.ufrj.br/ciencialit/terceiramargemonline/numero11/xiii.html. Acesso em: 2/1/2012.

Deleuze, Gilles (1997). Crítica e clínica . Trad.de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34.

Maciel, Maria Esther (org) (2011). Pensar/escrever o animal : ensaios de zoopoética e biopolítica. Florianópolis, Editora da Ufsc.

Rosa, João Guimarães (2001). “Meu tio o iauretê”. In: Estas histórias . Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Downloads

Publicado

2013-03-05

Como Citar

Mingote Ferreira de Azara, M. (2013). O animal no humano . HUMAN REVIEW. International Humanities Review / Revista Internacional De Humanidades, 2(2). https://doi.org/10.37467/gka-revhuman.v2.707

Edição

Seção

Artigos de pesquisa