Tecnologia em jogo: o mito como incentivador da experiência do real
DOI:
https://doi.org/10.37467/gka-revciber.v18.1148Resumen
A emergência da faculdade de representação sígnica de si e do mundo, a consciência, é o marco definitório da condição humana. Mas esta capacidade de significar o real faz com que o homem se instale na virtualidade de realidades subjetivas, a partir das quais a educação procura restabelecer ancoragens com o mundo objetivo. Inflacionada pelo utilitarismo moderno e contemporâneo, a consciência não tem cessado de afastar-se do seu substrato real, buscando legitimar a existência em sofisticados sistemas de realidade virtual e inteligência artificial. Escritas entusiásticas esperam destes recursos grandes avanços educativos, sem levar em consideração a impossibilidade tecnológica de substituir a experiência real ou, na melhor das hipóteses, suscitar sua necessidade. Mitologemas tradicionais subsidiam a atratividade de muitos videogames, no entanto, a reconciliação da consciência com suas precondições naturais, objetivas, que é a principal função mítica, é frequentemente evitada ou deturpada nesses sistemas. A partir de referências como Piaget, Dewey, Jung, Huizinga, Campbell, Kerenyi, Turkle e Prensky, dentre outros, a indução analítica de base bibliográfica e documental leva-nos a acreditar que a observação criteriosa do pensamento mítico nos videogames poderia favorecer o ressurgimento de mitologias vivas, as quais, em seus desdobramentos ritualísticos poderiam, por sua vez, incentivar a procura de experiências reais.Citas
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